Gestão Tarcísio completa 100 dias com 44% de aprovação

Tarcísio de Freitas

As tragédias no Litoral Norte e ataque em escola exigiram ações imediatas do novo governo de SP

Nesta segunda-feira (10), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez um balanço de seus primeiros 100 dias de gestão. Na oportunidade, o gestor autorizou a realização de estudos para a privatização da Sabesp, proposta que gerou polêmica em sua campanha eleitoral de 2022.

Um pouco mais de três meses à frente do Estado, o Datafolha apontou que 44% dos paulistas avaliaram o governo Tarcísio como ótimo ou bom . Uma avaliação superior a aprovação de Mário Covas (31%), no mesmo período, primeiro gestor paulista na era tucana, mas inferior à de Geraldo Alckmin (48%), político que mais tempo comandou o Estado após a Ditadura Militar (1964-1985).   

As tragédias no Litoral Norte e o atentado na escola estadual Thomazia Montoro exigiram do governador ações imediatas e institucionais. Ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Tarcísio anunciou ações em conjunto, deixando de lado questões de cunho político-partidário protagonizadas nas eleições do ano passado.  

Em 19 de janeiro, uma forte chuva provocou uma das maiores tragédias da história de São Paulo causando 65 mortes, sendo 18 crianças. O gabinete do governador transferiu para o Litoral Norte e coordenou um programa de ações de socorro às vítimas, destinou R$ 800 milhões para investimentos aos municípios atingidos pelo desastre natural e anunciou a construção de 700 moradias.

O ataque do dia 27 de abril que causou a morte da professora Elisabete Tenreiro, 71 anos, levou a gestão de Tarcísio anunciar um conjunto de medidas para ampliar o acolhimento psicológico e ações de prevenção à violência no ambiente educacional como o investimento no programa Conviva (Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar).

Para o coordenador do curso de Gestão Pública da instituição de ensino superior FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), José Orcélio do Nascimento, 100 dias é um tempo muito curto para uma avaliação técnica de uma gestão pública: “É importante destacar algumas dificuldades do atual governador do Estado. Ele trabalha com o orçamento do ano anterior, a economia do país se recupera de uma pandemia causada por um coronavírus e ocorre uma guerra na Ucrânia”, justifica.

Porém, o coordenador universitário destaca ações que foram promessas de campanha: “Como a autorização para a realização de estudos para desestatização da Sabesp e a contratação de novos policiais militares, com a assinatura de abertura de editais para a contratação de policiais”, complementa. O governador anunciou a contratação de 5,6 mil policiais.

100 DIAS – A origem de prestar contas à sociedade com 100 dias de governo são dos Estados Unidos. Franklin D. Roosevelt presidiu os EUA de 1933 a 1945 e assumiu a Casa Branca em meio a uma profunda crise econômica, conhecida como a Grande Depressão.

Nos 100 primeiros dias de gestão, Roosevelt anunciou várias medidas, implementou um conjunto de ações regulatórias e projetos para estancar os prejuízos. Desta ação, surgiu o plano econômico New Deal e a aprovação de 76 projetos de lei.

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